Caminho nesta estrada com o pôr-do-sol como horizonte
Sinto os olhos pesados e já inebriados pelo dia já longo
O rádio acompanha-me nesta jornada invencível
A música em surdina anestesia a minha alma hoje caótica
Sou eu, apenas eu
Quero ser novamente o sonhador de outrora
Quero ser novamente o pescador de sonhos...
Quero ser agora o menino que abraças no regaço
O tempo tudo apaga
O tempo tudo paga
O tempo não esquece o relógio que não pára de rodar em surdina
Mas, de que me serve o tempo se o mundo está parado na minha cabeça?
De que me serve correr se nunca mais te alcanço para te beijar?
Estás tão longe...mas o meu olhar fisga o verde veneno dos teus olhos
Ainda me fustigas com o brilho de outrora
Ainda me amas com a luz de agora
Ainda somos nós com o querer sem hora
A hora é infinita quando te olho
O tempo não corre se te cruzo num olhar apaixonado
Quem me leva deste desnorte?
Quem me põe os pés nos chão?
Quem me leva de volta para ti?
Abraça-me
Faz-me desaparecer...
Michel Martins
Voo Tap Paris - Porto
04-12-2015